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HORÁRIO VISITA: terça a domingo das 10h às 18h

Amália Humanista

Amália tinha uma regra simples: “Na minha casa não corto as asas a ninguém.”

O respeito e a inclusão eram princípios inegociáveis, independentemente da condição social, cultural ou intelectual de cada pessoa.
Defendia a liberdade individual com humanidade, valorizando a essência de cada um e acolhendo a diversidade como expressão natural da vida.
Em Portugal ou em viagem, revelava-se atenta, curiosa e aberta à compreensão do outro, aceitando-o na sua singularidade.

Ofereceu concertos, doou cachets e colaborou em iniciativas de angariação de fundos para instituições como a Cruz Vermelha, a Liga Portuguesa Contra o Cancro e a Liga Portuguesa Contra a SIDA, num contexto em que esta última era ainda alvo de forte estigmatização social.

Empenhou-se em causas internacionais, nomeadamente no apoio aos refugiados timorenses, e participou em campanhas de sensibilização para questões sociais, como as relativas à terceira idade.

Em França, por exemplo, atuou na gala L’Union des Artistes (1965), cujo objetivo era angariar fundos para a Casa do Artista francesa. Já na década de 1990, a convite da atriz Line Renaud, sua amiga, foi uma das convidadas de honra da gala L’Association des Artistes Contre le Sida, causa pela qual viria a se envolver em várias ocasiões

O seu coração independente foi também profundamente inclusivo, evidenciado pelas inúmeras causas solidárias que abraçou ao longo da vida. Muitas das suas acções permaneceram no anonimato, como o apoio financeiro prestado a antifascistas durante o regime de Salazar.

Quando interpelada sobre a comunidade LGBTQ, respondeu com desarmante simplicidade: “A natureza das pessoas não se discute”, sintetizando, nessa afirmação, um olhar profundamente respeitoso e humano sobre a condição de cada indivíduo.

Gala L ´Union des Artistes (1965, França) angariação de fundos para a Casa do Artista francesa
Amália em cena com a actriz Line Renaud. Gala l'Association des Artistes Contre le Sida